Uma refeição saborosa, mas demasiado cara. |
Aqueles que conhecem a obra de Miyazaki não estranharão que, uma vez mais, estejamos perante uma narrativa que não segue as fases normais de introdução, conflito e resolução, nem dispõe bons e maus em dois campos opostos e delimitados. Com excepção das primeira obras do realizador japonês – «Lupin III: Cagliostro no Shiro» (1979) e «Tenku no Shiro Laputa» [Laputa: Castle in the Sky] (1986) –, o cinema de Miyazaki não mostra preocupações em apresentar “maus” claramente definidos, nem em centrar o objectivo da história na eliminação ou derrota dessa personagem, antes optando por desenvolver um percurso complexo que os seus protagonistas têm de seguir e vencer, para, de algum modo, se encontrarem, se conhecerem, ou conseguirem superar determinadas dificuldades e transitar para outra fase das suas vidas. Tal é mais facilmente sobreposto a «Majo no Takkyubin» [Kiki's Delivery Service] (1989), mas a mecânica é comum à generalidade da obra de Miyazaki. Seria fácil imaginar que se «A Viagem de Chihiro» fosse produzido no Ocidente a bruxa seria realmente má e o objectivo de Chihiro, para libertar os pais e sair da cidade, passaria por um confronto directo e pela derrota da terrível vilã. Isso é outro filme.
Yubaba não vê com bons olhos a presença de uma humana no seu estabelecimento. À dta: Sen é ajudada por Haku. |
Acima: Sen encontra um Kaonashi (Deus Sem-Face). |
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